Como muitos escritórios de contabilidade fazem você perder dinheiro

Sim, é possível economizar no pagamento de impostos com simples ações que você pode tomar no dia a dia da sua empresa. O problema é que muitos escritórios de contabilidade acabam não repassando essas informações para as empresas, e você dificilmente as descobrirá sem orientações.

Se você tem algum empreendimento, então leia esse texto até o fim, com calma e extrema atenção, pois ele muito provavelmente será um dos marcos de uma grande transformação na sua empresa.

Antes de continuar, gostaria de dizer que você é muito bem-vindo no nosso blog, e que esse texto é a segunda parte do artigo “Escritório de Contabilidade: escolha bem ou caia na malha fina do fisco!”. Caso você ainda não o tenha lido, recomendo fortemente que o faça antes de continuar a leitura desse texto.

Já nesse ponto, é importante deixar claro que grande parte do conhecimento em contabilidade que minha equipe e eu adquirimos com o tempo, deveu-se ao apoio e paciência de muitos contadores e escritórios de contabilidade, com sua prontidão e paciência em esclarecer nossas dúvidas.

Como consequência natural,também passamos a entender que um bom profissional de contabilidade é tão essencial para qualquer empresa, quanto uma âncora é para uma embarcação em um porto, pois é a âncora quem garante a estabilidade da embarcação e não permite que esta fique completamente à deriva, no mar.

E por que os contadores têm tanta importância?

Por dois motivos simples:

Icon ListPrimeiro Motivo

Eles são literalmente os heróis, que salvam os empresários os todos os dias da obrigação de terem que entender a extrema complexidade do nosso sistema tributário.

São os contadores quem mantêm-se atualizados constantemente da chuva de alterações na legislação tributária brasileira, com suas leis, normas, decretos, instruções normativas, etc, que se entrelaçam e se apresentam como um texto sem fim, aos olhos leigos, escrito em uma língua perdida de uma civilização distante no tempo e no espaço.

Icon ListSegundo Motivo

A maior parte das informações a respeito das operações da sua empresa (comerciais, trabalhistas, financeiras, etc) são organizadas e repassadas para o fisco pelo seu contador.

De certa forma, é como se ele montasse uma fotografia de todas as operações da sua empresa e a enviasse para o fisco, dizendo: a empresa com o CNPJ Tal está dessa forma que estou descrevendo.

Agora, imagine se o escritório de contabilidade responsável pelos serviços contábeis da sua empresa não se mantiver atualizado quanto às regras tributárias que ditam, entre outros, quais e como devem estar organizadas as informações nos documentos fiscais que você emite diariamente!

Foi exatamente isso que percebemos quando começamos a ajudar empresas no escopo da Contabilidade.

Empresas de Contabilidade: uma triste constatação

Uma das primeiras conclusões nas quais chegamos é que cada empresa é uma realidade contábil diferente.

Sendo assim, quando começamos a acompanhar empresários diferentes no preenchimento dos seus documentos fiscais, no entendimento de que aqueles conhecimentos nos repassados pelos bons contadores certamente não serviriam para todas as empresas, de imediato ligávamos para o escritório de contabilidade que prestava serviços para tal empresa para intermediar a conversa entre o empresário e o profissional contabilista.

Apenas como observação, um dos primeiros códigos que aprendemos foi o CFOP (Código Fiscal de Operações e Prestações).

Ele é quem define que tipo de operação você está realizando em um dado documento fiscal: se é uma compra, uma venda, uma transferência, devolução, etc.

Nesse contexto, quando perguntávamos para o respectivo contador qual era o CFOP que deveria ser utilizado naquela operação em específico, sabe o que começamos a ouvir diversas vezes?

“Ahh, coloca qualquer um! A Sefaz não se importa com isso. Ela só se importa com o pagamento dos impostos.”

Isso foi um choque para mim e para toda a minha equipe. Nos indagávamos: será mesmo assim? E sobre as informações que os outros (os bons) contadores nos ensinaram? Serão meras formalidades desnecessárias?

Com o tempo, entendemos que a frase logo acima dita pelo contador, na verdade representa uma grave falha nos serviços contábeis prestados por tal profissional, geralmente causada por desmotivação ou falta de qualificação suficiente mesmo, dentre outros fatores.

E sabe o que é triste? O que era para ser exceção, estava a caminho de se tornar regra, pois o número de escritórios de contabilidade que encontrávamos e que prestavam os mesmos serviços contábeis de péssima qualidade era cada vez maior.

Mas, na prática…

duas faces

Quais as consequências disso tudo para você, empreendedor?

O CFOP é apenas um dos códigos a serem inseridos no documento fiscal. Existem inúmeros outros, como o CRT (Código do Regime Tributário), CST (Código da Situação Tributária), CSOSN (Código da Situação da Operação no Simples Nacional), NCM (Nomenclatura Comum do Mercosul), etc.

E ao contrário do que tais contadores desqualificados desconhecem por falta de estudos (infelizmente uma grande parte dos brasileiros acredita que terminando o ensino médio ou a faculdade, não precisam nunca mais fazer um curso ou ler algum livro, mas isso é assunto para outra conversa), porque não quer se dar ao trabalho ou simplesmente por falta de estratégia empresarial, esses códigos são sim muito importantes!

Eles determinam, dentre outros, se determinado imposto já foi pago na compra, ou se será pago somente quando o produto for vendido.

Além disso, como são códigos e são enviados por computadores (seus) para computadores (do fisco), eles podem ser comparados ou cruzados. Tais cruzamentos são conhecidos formalmente como Cruzamentos Fiscais.

Nesse cruzamentos, o fisco compara cada código, de cada operação. Por exemplo: o código CST de determinado produto que veio na nota fiscal de compra, como ele foi colocado no Cadastro de Produtos, como ele está nas Notas Fiscais de Venda e nos Cupons Fiscais, e como está na EFD (Escrituração Fiscal Digital), enviada mensalmente pelo seu contador para o fisco.

Veja que, nesse caso do código que identifica o momento do pagamento do imposto, é possível que algum erro leve você a perder dos dois lados. Por exemplo:

  • Se você informar que o imposto já foi pago na compra (código CST 60), quando na verdade não foi (deveria ser código CST 00), o fisco irá descobrir e você pagará multa por tal erro, além de juros e correção monetária.
  • No entanto, se ele realmente já foi pago na compra (código CST 60), e você informou que ainda não foi pago (você coloca o código CST 00), você provavelmente irá pagar duas vezes a tributação por cada produto em que essa troca ocorrer.

Perceba que até o momento falei apenas um pouco mais detalhadamente do contexto de documentos fiscais. Mas há uma grande quantidade de outras informações que são trabalhadas e enviadas pelo seu escritório de contabilidade (ou não) e que não abordei nesse artigo para não transformá-lo num livro.

Mas, apenas como exemplo, há empresas de pequeno porte que, para “economizarem dinheiro”, vendem sem nota fiscal (o que é uma prática ilegal, e chamada de Sonegação Fiscal). Porém, recebem o pagamento por tais vendas através de cartão de crédito.

E qual o problema disso?

Quem faz essas práticas ingenuamente pensa que ninguém está vendo. Mas as notas fiscais que você emite não são por meio eletrônico? E as vendas registradas no cartão de crédito não são também um meio eletrônico? E não chegam até a sua conta bancária?

Tudo está sendo observado pelo fisco. Inclusive, em alguns casos, até Redes Sociais podem ser observadas por ele!

Quer saber o que você pode fazer para que esses e outros problemas não aconteçam com você?

Então leia já a terceira parte da nossa sequência de artigos clicando aqui: O que posso fazer para pagar menos impostos e não cair na malha fina?

Até já!